quarta-feira, abril 18, 2012

Calvície: como acontece e como tratar













É mais comum ver homens carecas, mas a queda de cabelo atinge tanto eles quanto as mulheres. Vários fatores podem desencadear o problema, de genética a gravidez, passando por falta de nutrientes na alimentação, alterações na tireoide e doenças autoimunes.

Segundo os dermatologistas Márcia Purceli e Arthur Tykocinski, conselheiro da Sociedade Internacional de Transplante Capilar, é normal caírem até 100 fios de cabelos por dia. Mais do que isso, é sinal de alerta.

A calvície – cujo nome médico é alopécia androgênica – é uma manifestação fisiológica que ocorre em pessoas com predisposição. Os tratamentos, que devem ser feitos em consultório, demoram a dar resultados, que podem levar até um ano para aparecer.

O problema é mais frequente entre os homens porque é a testosterona (hormônio masculino) uma das responsáveis pela queda de cabelo. Além disso, a mulher nunca fica 100% careca, mas com falhas em alguns pontos na cabeça. No caso delas, a situação costuma piorar na gravidez, por uma carência de vitaminas, e após a menopausa, pela falta de hormônios.

Para saber se você está ficando calvo ou se a queda dos seus cabelos é normal, a dica é: compare a espessura dos fios da frente e detrás da cabeça. Se os da frente estiverem mais finos, é sinal de que o cabelo está começando a morrer e a calvície está chegando. É nesse momento que se deve iniciar o tratamento. Não espere ficar calvo, pois, quando isso ocorrer, não haverá mais recuperação da produção dos fios, porque o folículo – onde os fios nascem – já terá morrido.

Você também pode fazer outro teste: pegue um tufo bem desembaraçado e puxe com força. Se saírem fios inteiros com aquele branquinho nas pontas, que é o bulbo ou raiz capilar, indica que o seu cabelo está saudável.

Se você não sabe identificar se os seus cabelos estão caindo, pegue uma foto antiga e compare com o visual atual. Dessa forma, será possível ver se as entradas começaram agora ou se já existiam.

Fases do crescimento capilar
O fio de cabelo cresce numa velocidade aproximada de 0,3 mm por dia. Em um mês, atinge em média 1 cm. O corte não influencia na queda.

Desde que nascem no bulbo, até surgirem do lado de fora do couro cabeludo, as células do fio de cabelo passam por grandes mudanças em sua forma e composição química. Um dia antes de o fio despontar, suas características e propriedades típicas já estão totalmente completas. Ele é formado basicamente de queratina, é insolúvel em água e rico em enxofre.

O crescimento do cabelo não é um processo contínuo. Cada fio cresce no intervalo de 4 a 6 anos, interrompe o crescimento por aproximadamente 20 dias e, em seguida, cai. No lugar dele, começa a nascer um novo fio sadio e o ciclo se repete. Isso faz com que os fios estejam sempre em fases diferentes de desenvolvimento. Por isso, a perda diária de alguns é considerada normal.


Como ocorre a calvície
O processo da calvície começa quando os folículos pilosos, onde nascem quatro fios em cada, são estimulados pela testosterona.

Ao atingir o couro cabeludo de pessoas com tendência genética para o problema, o hormônio masculino sofre a ação de uma enzima (a 5-alfa-redutase) e é transformado em DHT (diidrotestosterona).

O hormônio DHT vai agir dentro dos folículos, desencadeando a morte das células que produzem os fios. Os folículos começam a se fechar e diminuem a produção progressivamente.

Os fios das laterais e detrás da cabeça dificilmente caem porque os folículos dessas regiões não produzem a enzima 5-alfa-redutase.

Tratamentos
O medicamento finasterida é o mais usado e fundamental para parar a queda de cabelo. Ele bloqueia a ação da enzima 5-alfa-redutase, impedindo a evolução da calvície. O remédio é mais indicado para os homens porque é uma droga teratogênica, ou seja, altera a formação do feto em caso de gravidez. Os médicos só podem recomendar para mulheres na menopausa, laqueadas ou que não têm útero.

Para as mulheres e homens que não querem ou não podem tomar remédio, existe uma solução capilar que também tem a função de inibir essa enzima. São eles:

1 – Laser: de baixa potência, melhora a irrigação do folículo e nutre os fios. Quanto maior a vasodilatação, mais sangue há no folículo. Não há comprovação científica que o laser de baixa potência melhore a calvície, mas a Sociedade Brasileira de Dermatologia o reconhece como tratamento.

2 – Implante: é uma opção principalmente para quem ainda tem os fios atrás da cabeça, pois esse cabelo serve de doador. O cabelo é retirado dessa região e implantado fio a fio no folículo da área calva. Fica mais natural em pessoas pouco carecas. Quem recorre à cirurgia deve continuar a fazer tratamento para evitar a queda dos fios restantes.

3 – Loção capilar: tem a ação de vasodilatador e faz crescer os cabelos. O remédio é aplicado diretamente no local da falha. Os médicos costumam alertar os pacientes a lavar as mãos após a aplicação, pois o produto faz crescer pelos onde entrarem em contato com a pele, como rosto e braços.

4 – Interlace: é uma técnica de entrelaçamento dos fios, como se fosse uma malha de cabelo. Costuma causar mau cheiro e não fica natural. É uma opção estética, não um tratamento

Fonte: G1


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