A cosmética do futuro promete ser fascinante, e avanço talvez não seja o melhor termo para caracterizar os saltos dessa indústria movida à vaidade. Segundo os especialistas, melhor seria falar em revolução, dada a gama de possibilidades oferecidas por produtos cada vez mais elaborados, desenvolvidos à custa de muita pesquisa e sofisticado aparato tecnológico.
O Brasil é um dos maiores consumidores deste vasto mercado. Segundo dados da Indústria Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), ocupa o terceiro lugar no ranking dos países que mais compram produtos de beleza (só perde para Estados Unidos e Japão), número que reflete bem o desejo da população de encontrar nos potes de creme a fórmula da juventude ou a possibilidade de melhorar a aparência.
Para satisfazer o cliente, as empresas não poupam esforços e estratégias de marketing. Do banho de leite de cabra usado por Cleópatra aos estimuladores de colágeno, capazes de retardar o envelhecimento, a cosmetologia passou a criar fórmulas cada vez mais específicas e eficazes, fazendo com que a medicina também se rendesse aos apelos da estética.
Nos últimos anos, a cosmiatria (ramo da dermatologia dedicado a corrigir o que chamam de desordens estéticas), por exemplo, passou a oferecer tratamentos que eliminam ou atenuam imperfeições, especialmente da pele, substituindo até pequenas cirurgias. E, contrariando as expectativas dos mais céticos, é preciso ressaltar que nem tudo é apenas promessa.
Segundo Andresa Borges, farmacêutica especializada em cosmetologia, no Brasil, para que um cosmético seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a empresa precisa comprovar sua eficácia. "O produto tem que fazer o que está dizendo que faz", explica. Para isso, atualmente, existe uma série de testes. Além da avaliação dos voluntários e dos médicos que analisam os resultados, há equipamentos modernos que podem medir, por exemplo, a profundidade das rugas, a concentração de água na pele, antes e depois do uso de uma fórmula. Essa análise chama-se biometrologia cutânea.
Grandes avanços também ocorreram em relação a ativos para tratamentos de rejuvenescimento, hidratação, fotoproteção, além de substâncias e tecnologias para serem usadas em procedimentos dermatológicos, como preenchedores, volumerizadores, estimuladores de colágeno – lista a fisioterapeuta dermatofuncional Ludmila Bonelli. Em busca de resultados rápidos, produtos práticos e multifuncionais, com boa consistência e absorção, além de aroma agradável, o consumidor vai se desdobrando em exigências que a indústria tem que correr para atender. "Isso significa investir mais e mais em pesquisa", lembra Andresa.
Fonte: CI - Cosmetic Ingredients
Nenhum comentário:
Postar um comentário